Grêmio

 

Jonas, o insistente, coloca a medalha no peito e avisa: ‘Gauchão é pouco’

Em entrevista exclusiva, atacante fala sobre a perspectiva de novos títulos, comenta a volta por cima e lembra dos tempos de farmacêutico

Jonas é o típico sujeito que dá murro em ponta de faca com a mesma insistência com que vai para cima dos zagueiros. Para cada contratempo, ele reage com esperança; para cada dificuldade, usa como arma a confiança em sua própria capacidade. Jonas já foi vaiado, criticado, colocado em segundo plano, até chamado de pior atacante do mundo por um jornal espanhol. E superou tudo isso. Drible após drible, gol após gol, dancinha após dancinha, deu a volta por cima. Nesta segunda-feira, 3 de maio de 2010, ele pode comemorar a certeza de ser titular absoluto do Grêmio. E de ser um campeão gaúcho.

 

 

Alexandre Alliatti e Richard Souza/GLOBOESPORTE.COM

Jonas beija a medalha de campeão do Campeonato Gaúcho: primeiro título pelo Grêmio


Um dia depois de erguer a taça do Estadual, seu primeiro título com a camisa tricolor, o jogador recebeu a reportagem do GLOBOESPORTE.COM em seu prédio, localizado no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. Em quase uma hora de bate-papo, contou suas histórias, fez planos para o futuro, analisou a realidade do Grêmio e, com a medalha do Gauchão no peito, afirmou: ‘É pouco!’. Jonas começou, logo depois da conquista do título, a pensar para a frente. Ele quer ir além do Estadual. 

Abaixo, o internauta lê os principais trechos da entrevista de Jonas, o insistente, que agora promete dar murro em ponta de faca até conseguir um título nacional com a camisa do Grêmio.

 

Você está no Grêmio desde o fim de 2007. Conquistou seu primeiro título pelo clube, alguns bateram na trave, ficaram no quase. Acordar no dia seguinte ao título, sabendo que é campeão pelo Grêmio, é uma sensação diferente? Acorda aliviado com a situação?

 

  • Aspas

    É um dever cumprido, principalmente eu que não tinha ganho um título ainda. Tive altos e baixos. Foi muito bom para mim."

Com certeza. É um dever cumprido, principalmente eu que não tinha ganho um título ainda. Tive altos e baixos. Foi muito bom para mim. Não só para mim, mas para vários jogadores que permaneceram no grupo por muito tempo, por muitos anos. Jogadores da base também, e os que chegaram neste ano. Tudo isso aconteceu num momento maravilhoso. Você acordar campeão não tem preço. Já fui campeão pelo Santos e sei como é erguer a taça e ficar marcado. Os campeonatos se resumem pelo final. Vai ser lembrada a trajetória do vencedor. Ninguém vai lembrar de outras equipes. No caso do Gauchão deste ano, só do Grêmio. 

E o dia seguinte ao título? 

Legal. Um pouco corrido porque meus familiares estão aqui. Vieram mais para assistir aos jogos. Meus pais estão aí faz tempo, mas já vão embora amanhã. Está sendo muito bom e quero aproveitar o máximo com eles. Depois, fico muito sozinho. Gosto de curtir a família. Sempre me dão apoio, são meus alicerces, minha estrutura. A família é muito unida. É importante para dentro de campo ficar focado, porque são eles que gerenciam tudo para mim fora de campo.

 

 

Alexandre Alliatti e Richard Souza/GLOBOESPORTE.COM

Jonas curtiu o dia seguinte ao título com a família: o pai Ismael, o irmão e empresário Tiago Gonçaves, a mãe Maria Luiza e o irmão Diego. Apoio incondicional ao caçula


Quando você pensa em alguns meses, alguns poucos anos atrás, no seu início no Grêmio, e lembra que foi vaiado, foi criticado e foi quase negociado com outros clubes, colocado numa espécie de lista de dispensa. E hoje você é um titular absoluto, um dos destaques. É apontado nacionalmente como um dos melhores jogadores da temporada, o que passa pela cabeça?

 

 

 

Foi uma vitória para mim. Mas eu nunca desconfiei da minha qualidade. Pelo contrário. Sabia da minha qualidade porque uma pessoa que foi para o futebol com 20 anos, não teve categoria de base e depois de um ano como profissional já estava sendo transferido para o Santos, alguma coisa tinha de bom. Foi o que aconteceu comigo. Infelizmente tive uma lesão no Santos, que foi o pior momento da minha carreira. E não só por isso, mas porque eu fiquei muito tempo até voltar à forma atual. Acabei me machucando em 2006, em 2007 não voltei legal. Em 2008, acabei vivendo altos e baixos no Grêmio. Sabemos que num clube grande o jogador tem de estar sempre em cima. Acabei sendo emprestado, o que foi excelente para mim também. Fui para a Portuguesa, um clube de menor expressão. Fui lá, fiz vários gols, retomei a confiança dos tempos de Guarani e no começo no Santos. E acabei voltando para o Grêmio. De 2009 até hoje, fui subindo degrau por degrau. Acho que foram vários fatores, e o mais importante é que sabia que uma hora ou outra encontraria o meu melhor futebol. Demorou um pouco, mas acho que tudo veio no momento certo e na hora certa(assista ao vídeo da conquista tricolor)

Você se sente mais maduro nesta nova passagem pelo Grêmio?

 

  • Aspas

    Silas disse que ia formar um grupo e precisava de jogadores de referência, pegou os jogadores de mais experiência e disse que eu era um deles. Fiquei muito feliz por isso."

Não só mais maduro, e essa maturidade foi adquirida durante a minha carreira mesmo, mas mais experiente. A passagem pela Portuguesa foi muito boa para mim. Experiência também conta muito. O Silas disse que ia formar um grupo e precisava de jogadores de referência, pegou os jogadores de mais experiência e disse que eu era um deles. Fiquei muito feliz por isso. Para que a garotada que estava subindo olhasse para a gente e visse que pode contar. Quando mescla experiência e juventude sempre dá certo. Entra ano e sai ano e você vai adquirindo isso. Vejo o Jonas do Guarani, do Santos, da primeira passagem pelo Grêmio e é diferente. Vai ficando mais velho, cabelo branco (risos). Sou um molecão aqui, em casa, no vestiário, bem brincalhão. Mas só fora do trabalho. Eu sou um pouco tímido com quem não conheço muito. Acho que estou num momento maravilhoso e tenho adquirido maturidade no decorrer dos anos.

Consegue perceber alguns dos episódios pontuais que te deram essa maturidade? 

Acho que a Portuguesa foi um deles. Me senti importante quando cheguei lá. Todo mundo falava da minha contratação. Coisa que não aconteceu aqui, porque não estava jogando. A Portuguesa foi mesmo o ponto de partida para que pudesse adquirir isso. Aquela passagem foi maravilhosa, tudo certo, fiz gols. Infelizmente caímos (para a Série B), mas para mim foi muito bom, por ter voltado a jogar, voltar a fazer jogadas dos tempos do futebol de salão, de habilidade. Coisas que eu não fazia quando cheguei no Grêmio. No Santos, o técnico era o Vanderlei (Luxemburgo). Ele pegava no pé para que eu não tivesse medo de arriscar. Foram bons jogos contra times grandes, acabava me destacando. 

No início deste ano, a renovação do seu contrato foi uma questão polêmica. Surgiu a notícia de que a diretoria do Grêmio pensou em envolver você num negócio com o Goiás pelo lateral-direito Vitor. Você se mostrou bastante chateado. Pensou em sair naquele momento? 

Fiquei um pouco chateado. Não pensei em sair porque sabia que tinha um contrato e não é assim, de uma hora para outra, que se decide. Eu queria transparência. Sentar na mesa e decidir o que aconteceria. Sabia das coisas pela imprensa. O Goiás era um time que queria contar comigo, mas envolvia outros jogadores. Ficava nisso. Eu fui pego de surpresa. Por isso fiquei chateado e demonstrei meu descontentamento. Estavam conduzindo pelo lado errado. Se fosse para ficar aqui, beleza. Caso contrário, seguiria a vida. Era questão de esclarecimento. Mas depois fizemos reuniões e tudo se resolveu. Mas ajudou também dentro de campo (risos). O começo foi bom também. Se alguém tinha alguma dúvida, não poderia ter mais. Sabe como é o futebol. 

Sua história no Grêmio e no futebol é marcada pela insistência. Você é um cara que não desiste?

 

 

  • Aspas

    Não queria passar aqui para ser mais um. Não queria ter altos e baixos como eu tive. Sou um cara focado no que eu quero. Por isso acabei dando a volta por cima."

Com certeza. Fui com 12 anos para o Guarani e voltei. Fiquei uma semana. Tinha muita saudade da minha família. Eles foram me largar no Guarani e quando viraram as costas eu já estava ligando em casa antes de chegarem. Pedia para eles voltarem para me buscar. Mas eu fiquei porque alguns jogadores que fariam testes eram da minha cidade (Bebedouro-SP) e isso me ajudou um pouco. Com 15 anos, voltei e fiquei um mês. Aí comecei a morar na casa dos meus tios, que moram em Campinas, mas também não me adaptei. Larguei mão e pensei em estudar. Com 20 anos, jogava futebol de salão e todo mundo perguntava se eu não ia tentar. O mesmo treinador que me levou quando eu era mais novo me aconselhou a trancar a matrícula e tentar um ano. Se não conseguisse, ainda me formaria ano. Estava indo para o terceiro ano da faculdade de Farmácia. Aí fui, com muita insistência e pressão para jogar o mais rápido possível. Tudo aconteceu rápido. Cheguei em fevereiro e em junho assinei contrato de um ano e meio com o Guarani. Sempre com muita insistência. Foi assim no Santos e no Grêmio também. Não queria passar aqui para ser mais um. Não queria ter altos e baixos como eu tive. Sou um cara focado no que eu quero. Por isso acabei dando a volta por cima. 

O que levou você ao curso de Farmácia? 

Meus pais são professores, minhas tias são professoras. Estava chegando no terceiro colegial sem saber o que fazer. Pensei em fazer Educação Física. Fui meio pressionado. Meu irmão mais velho me colocava para ler livros e eu tinha de explicar o livro para ele. Com 15, 16 anos, era largadão. Só queria jogar bola. Meu irmão, o do meio, fazia Farmácia. Meus pais compraram uma farmácia para ele. Ele precisava de alguém para ajudar e eu ia todo dia. Foi quando decidi fazer, pois já estava no ramo mesmo. 

Os jogadores consultam você quando sentem alguma dor? 

Nem todos sabem que eu fiz. O pessoal que sabe pergunta e digo que não sei nada. Não cheguei a pegar a prática da faculdade.

 

Você chegou a ser chamado de pior atacante do mundo por um jornal espanhol por ter perdido um gol feito na Libertadores (2009). Isso gerou uma certa preocupação no seu irmão (que também é o empresário dele) sobre a repercussão que isso poderia ter na Europa. Quais são seus planos em relação a isso?

 

 

  • Aspas

    Ganhamos o Campeonato Gaúcho, mas para mim já é pouco agora. Já esqueci, sou campeão, mas quero mais. Queremos fazer história aqui. Se puder ganhar todos os campeonatos, vamos com tudo."

Eu ainda não saí do Brasil. Tenho esse desejo. Quando renovei o contrato no Grêmio, uma das coisas que planejamos foi essa. Fizemos um contrato de dois anos, estou com 26, acabei de completar. Planejo cumprir o contrato com o Grêmio e acho que com 27 vou estar mais preparado para encarar uma coisa lá fora. Mas tem de ser algo que compense para mim e para o Grêmio. Estou muito feliz aqui e, se sair um dia, quero que o Grêmio seja ressarcido. Não gostaria de sair daqui sem ter ganho nada. Ganhamos o Campeonato Gaúcho, mas para mim já é pouco agora. Já esqueci, sou campeão, mas quero mais. Queremos fazer história aqui. Se puder ganhar todos os campeonatos, vamos com tudo. Vamos pensar na Copa do Brasil, estamos perto de definir a passagem para a semifinal. Quero ganhar para, quando sair, deixar as portas abertas. 

Já conviveu com quatro elencos diferentes no Grêmio. É o mais sólido?

 

 

Ampliar FotoAlexandre Alliatti/GLOBOESPORTE.COM

Após a conquista do título, Jonas comandou a farra dos gremistas na coletiva do técnico Silas

É. Quero parabenizar a diretoria pelo esforço para trazer jogadores de qualidade, que são vencedores. É ambição, é uma diretoria que quer ser campeã. Trouxe um técnico maravilhoso, que tem pouco tempo como treinador, mas foi vencedor como jogador. E como treinador tenho certeza de que vai ser mais ainda. Foi no Avaí, um time de menor expressão, mas mostrou em quatro meses que tem condições. Tem desconfiança? Todos têm. Eu tive, outros tiveram. Quando o Victor (goleiro) chegou aqui, ninguém conhecia o Victor. Hoje, é um ídolo do Grêmio. Com o Silas não foi diferente. Grande parte do título é dele. Tira um peso das costas e é visto com outros olhos. Acho que o grupo é o melhor de todos que peguei. Temos um belíssimo grupo, jogadores de qualidade e que têm tudo para fazer história. 

Se você tivesse de falar sobre o Jonas, como classificaria este jogador? 

Eu não sou jogador de área, gosto de jogar pelos lados. Por ter jogado em salão, tenho a qualidade de fazer uma jogada, dar assistências. Jogador que vai para o drible, prepara jogadas e se movimenta a cada momento. 

E como anda a relação com a torcida? 

Está bem mais tranquila. Saio na rua e sou elogiado, dizem que estou jogando muito. Fico feliz, isso é bom, mostra que o trabalho está sendo reconhecido e dá ainda mais força. Eles pagam ingresso, vão, incentivam. Nos momentos difíceis, estão lá com a gente também.

Vacinado pelo Gre-Nal, Grêmio esquece vantagem e vai atacar o Fluminense

Força do grupo do técnico Silas será novamente testada no Olímpico

Ampliar FotoRichard Fausto/GLOBOESPORTE.COM

Neuton e Rochembak (à dir.) serão titulares

Mais uma vez o técnico Silas vai ter de contar com a força do grupo do Grêmio. Nesta quarta-feira, ele não terá três titulares na partida contra o Fluminense, no Olímpico, pelas quartas de final da Copa do Brasil. O zagueiro Rodrigo, o lateral-direito Edílson e o volante Willian Magrão estão suspensos. Nos dois primeiros setores, o treinador tem opções. A mais simples delas seria escalar Ozeia no lugar de Rodrigo na defesa, com Joilson na lateral. Outra possibilidade é improvisar o zagueiro Mário Fernandes na direita e formar a zaga com Ozeia e Rafael Marques. Seja qual for a escolha, os atletas estão confiantes. 

- A tranquilidade é total porque temos vários exemplos de que o grupo é forte. Quem está entrando está mantendo um ritmo forte – comentou Adilson, que tem substituído Ferdinando, machucado. 

No meio-campo, Fábio Rochemback é o mais cotado para substituir Willian Magrão. Seria companheiro de Adilson, que tem feito a primeira função com eficiência.

 

Mão na taça contra confiança em milagre: Gre-Nal decide o Gauchão

Com ampla vantagem, Tricolor recebe um Colorado cheio de desfalques no Olímpico. Jogão começa às 16h

 

O Grêmio tem vantagem de 2 a 0, joga em casa, vive ótimo momento e tem o time quase titular. O Inter corre atrás do prejuízo, encara o estádio onde os colorados são mais indesejados, convive com fase de questionamentos e está sem quase metade da equipe principal. A lógica indica que o Tricolor será campeão gaúcho. Mas a turma do Beira-Rio tem todo o direito de perguntar: desde quando existe lógica em Gre-Nal? Às 16h, o Colorado tenta tirar a mão tricolor da taça do Estadual. Com a força da torcida, o Grêmio quer mostrar ao rival que milagre, no Olímpico, é só para santo que veste azul. É jogão (lembre os melhores momento da primeira partida no vídeo ao lado).


Qualquer vitória, qualquer empate ou qualquer derrota por um gol de diferença dá o título ao Grêmio. O Inter precisa vencer por pelo menos dois gols de vantagem: ou por 2 a 0, para levar a decisão aos pênaltis, ou a partir do 3 a 1, para ser tricampeão gaúcho no tempo normal. O Tricolor vai a campo desfalcado apenas do volante Ferdinando, na comparação com o primeiro clássico. E tem o retorno do meia Douglas. O Colorado perdeu Sorondo, Guiñazu, D’Alessandro e Alecsandro. 

O GLOBOESPORTE.COM acompanha todos os detalhes do Gre-Nal 381 em Tempo Real, com vídeos. A RBS TV mostra ao vivo para o Rio Grande do Sul. O Premiere, pelo sistema pay-per-view, exibe para todo o país. 

Mão na taça e pé no chão 

 

Ampliar FotoRichard Souza/GLOBOESPORTE.COM

Silas pode conquistar primeiro título como técnico do Grêmio

Não chega a ser uma barbada, mas se até os jogadores do Inter reconhecem que é uma tarefa difícil, não são os gremistas que vão dizer o contrário. Considerado favorito no segundo Gre-Nal da decisão, o grupo de Silas não considera a fatura liquidada, mas reconhece que perder o título seria algo inaceitável. Para os jogadores, vice-campeonato e Grêmio não combinam. 

- Não pode. Nem podemos pensar nisso. Temos vantagem, jogamos em casa. Não passa pela cabeça de ninguém ficar sem esse título – comentou o meia Douglas. 

Suspenso no jogo de ida, no Beira-Rio, ele volta ao time para o jogo do Olímpico. Além da importância tática, o camisa 10 cada vez mais se torna um líder do grupo e lembra que a vantagem na decisão pode ter um lado perigoso. 

- Temos de jogar, marcar, como temos feito. Não vamos mudar nada. Não podemos pensar nessa vantagem. Vamos jogar nosso futebol e ter tranquilidade para tentar conseguir essa taça – afirmou. 

Silas não tem problemas para montar o time. O zagueiro Mário Fernandes, que sentia dores no ombro direito, voltou a treinar normalmente com o grupo e vai para o jogo. O atacante Jonas, que tem sentido dores musculares, também não preocupa. 

Capitão do time, Victor vive um momento de expectativa. Há pouco mais de dois anos no clube, o goleiro se aproxima do primeiro título pelo Tricolor. Ainda que esteja com a mão na taça, prefere deixar para comemorar na hora certa. 

- No futebol não dá para falar em merecedor. Futebol é resultado, que às vezes vem com detalhes. Espero que o Grêmio esteja inspirado, com a concentração elevada e possa aproveitar os erros que o adversário cometer – disse. 

Milagre vermelho passa por gol cedo 

 

Ampliar FotoLucas Uebel/VIPCOMM

Fossati escala time colorado para o clássico sem quatro titulares

O Inter sabe que sua tarefa é ingrata. Mas o clube mantém confiança em uma reviravolta. Os colorados não cansam de lembrar que, na visão deles, a derrota no primeiro Gre-Nal foi injusta. Por isso, entendem que é totalmente viável dar o troco no Olímpico. 

- Não foi normal aqui (no Beira-Rio). O Grêmio conseguiu nos ganhar inclusive sem ter grandes méritos. O controle de jogo foi na maioria do tempo do Inter. Eles acabaram aproveitando muito bem duas bolas paradas. Mas isso não vai me fazer mudar a ideia de que o Inter tem condições de ganhar do Grêmio – afirmou o técnico Jorge Fossati. 

A ideia entre os vermelhos é fazer um gol cedo, que dê a perspectiva de uma virada, que deixe o Grêmio preocupado. O Inter quer renascer logo nos primeiros minutos. 

- Se a gente conseguir fazer um gol cedo, como ficará a cabeça do adversário, sabendo que precisamos de apenas mais um? – questionou o zagueiro Fabiano Eller. 

Não bastassem as dificuldades do placar adverso e de estar na casa do adversário, o Inter precisa lidar com problemas na escalação. Guiñazu, volante e capitão do time, está suspenso. O zagueiro Sorondo, com dores na coxa, também fica fora. E Jorge Fossati, mais preocupado com o duelo de quinta-feira, contra o Banfield, preferiu dar um descanso a D’Alessandro e Alecsandro. 

O time deve ir a campo no 4-4-2, com Eller ao lado de Bolívar na zaga. No meio, Glaydson herda a vaga de Guiñazu, e o sistema de articulação provavelmente terá Giuliano e Andrezinho juntos. A tendência é de que Taison acompanhe Walter no ataque, mas Edu também tem chances de jogar.

 

Gremistas não pensam em deixar escapar o título, mas se preparam para os pênaltis

Caso o Inter vença por 2 a 0 no Olímpico, campeão sairá das cobranças

Ampliar FotoRichard Fausto/GLOBOESPORTE.COM

Victor teve bom aproveitamento nos pênaltis

Douglas avisou, e Victor concorda. Não passa pela cabeça de nenhum jogador do Grêmio deixar o título do Campeonato Gaúcho escapar. A vantagem construída pelo time no primeiro Gre-Nal da decisão do Campeonato Gaúcho, domingo passado, no Beira-Rio, dá quase certeza de que a taça ficará no estádio Olímpico. O “quase” é que incomoda e pede cuidados. Como venceu a primeira partida por 2 a 0, o Tricolor pode até perder por um gol de diferença, neste domingo, no Olímpico. Se o Inter devolver o placar, o campeão será conhecido nos pênaltis. Diante da possibilidade, praticamente todos os jogadores treinaram as cobranças neste sábado, no último apronto para o clássico. 

- Todos os jogadores cobraram bem. Se for necessário, na hora o Silas vai definir o que vai acontecer – disse o meia Douglas. 

Silas dividiu os atletas em dois grupos, um em cada trave do Olímpico. Entre os goleiros, Victor teve bom aproveitamento. Apesar de não dizer abertamente que permitir uma reação colorada seria uma tragédia, a ideia é mais ou menos essa.

 

 

Douglas: ‘Não passa pela cabeça de ninguém ficar sem esse título’

Meia reconhece favoritismo do Grêmio na decisão contra o Inter, mas ressalta que o Tricolor vai jogar com seriedade


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Torcida lotou o último treino antes do Gre-Nal

Sem oba-oba, com confiança. Pela vantagem que conquistou no primeiro Gre-Nal da decisão do Campeonato Gaúcho, o Grêmio é o favorito ao título. A vitória por 2 a 0, no Beira-Rio, dá ao time do técnico Silas o direito de perder por até um gol de diferença para ser campeão. No último treino antes do jogo da volta, neste domingo, a quantidade de torcedores que compareceram ao Olímpico impressionou. Cerca de quatro mil pessoas fizeram festa nas arquibancadas do estádio. 

O meia Douglas agradeceu o apoio dos gremistas, mas fez questão de frisar que o time está concentrado. Segundo ele, o grupo reconhece que está bem perto da conquista, mas é cauteloso. 

- É importante o torcedor comparecer, incentivar. Não vamos achar que está tudo ganho. Está todo mundo ciente do que tem que fazer. Não podemos nos iludir com isso. A seriedade fica acima de tudo para conquistar o título que vai ser muito importante para o grupo. Pela vantagem, sim (o Grêmio é favorito). Mas sabemos como é o futebol e não podemos entrar achando que o jogo vai ficar neste resultado. Temos de procurar pressionar a equipe deles para não sofrermos gol e pressão – disse.