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Entre o coração e o bolso, Tinga volta ao Brasil para fechar com o Inter

Jogador se despede do Borussia Dortmund no sábado. Empresário ainda não descarta o Flu, mas atleta defenderá o clube gaúcho

Paulo César Tinga, 32 anos, colocou a cabeça no travesseiro, olhou para o teto e ficou fazendo o cálculo imaginário do peso de duas situações: em um dos braços da balança, uma proposta fora do comum do Fluminense, o reencontro com o técnico Muricy Ramalho, a chance de ter nova experiência no Rio de Janeiro depois de passagem sem grande brilho pelo Botafogo; no outro braço, uma oferta menos pomposa do Inter, mas com a oportunidade de voltar a conviver com uma torcida que o idolatra, o sonho de vestir novamente uma camisa que ele tem como segunda pele. Entre o bolso e o coração, Tinga optará pelo segundo. Na semana que vem, ele desembarca no Brasil para assinar com o Inter. 

O clube gaúcho não dá o acerto como definitivo. O empresário dele, Tadeu Oliveira, também toma todos os cuidados com as tratativas e sequer tira o Fluminense da parada. Ninguém quer colocar a carroça na frente dos bois. Mas Tinga vestirá vermelho. O anúncio oficial não acontecerá antes de sábado. O jogador ainda tem uma partida pelo Borussia Dortmund, clube da Alemanha que ele defendeu por cinco temporadas. E onde foi admirado. A história dele por lá terminará em jogo contra o Freiburg, fora de casa, que pode render classificação para a Liga dos Campeões da Europa – e, de quebra, um prêmio para o atleta. Tinga deve desembarcar em Porto Alegre na segunda-feira.

 

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Tinga recebeu homenagem do Borussia Dortmund no último jogo diante da torcida. Despedida é sábado, mas fora de casa

A única chance de ele não defender o Inter é pintar alguma proposta absurda, financeiramente, do Oriente Médio ou da Europa. Mas é improvável que aconteça. 

- Não damos nada como certo ainda. Se chegar alguma proposta nova, o Tinga pode ir – disse o empresário dele, Tadeu Oliveira. 

No Inter, Tinga não será o substituto de Sandro, que deixará o clube assim que estiver encerrada a participação colorada na Libertadores. Na visão da diretoria, ele é da função de Giuliano e Andrezinho, jogadores que conciliam capacidade criativa com poder de marcação. Em tese, o autor do gol do título da Libertadores de 2006 também não disputará posição com Guiñazu, apesar das semelhanças com o argentino. Eles atuarão juntos.

 

Giuliano não aposta em repetição do esquema 3-6-1 contra o Banfield

Meio-campista entende que necessidade de fazer gols implicará na mudança do sistema usado na Argentina

 

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Giuliano disputa vaga com D'Alessandro e Andrezinho contra o Banfield

Foi unânime, entre os profissionais do Inter, a opinião de que o time jogava bem até começar a ser prejudicado pela arbitragem na derrota de 3 a 1 para o Banfield, na semana passada, em Lomas de Zamora, cidade da Argentina. O esquema utilizado na partida foi o 3-6-1, com apenas Alecsandro no ataque, sustentado por três zagueiros, dois laterais, dois volantes e dois meias. Mas, apesar da satisfação com o rendimento da equipe, o sistema deve ser modificado no reencontro com os argentinos, nesta quinta-feira, no Beira-Rio. 

A grande questão é que agora o Inter precisa ter maior poder ofensivo. Os próprios jogadores já avisam que é improvável a repetição do 3-6-1. 

- Até pode essa possibilidade de jogar com três meias, em um 3-6-1, mas não acredito que vá acontecer, por dependermos de dois gols. Precisamos jogar para cima – disse o meia Giuliano. 

A tendência é pelo 4-4-2. No caso, três articuladores disputam duas vagas. Fossati terá que deixar D’Alessandro, Giuliano ou Andrezinho fora. 

- Sabemos que a equipe precisa muito de nós. Somos o termômetro da equipe. Mas nem sempre conseguimos manter o ritmo o jogo todo. É normal pela posição, pelo tanto que corremos na partida. Com três meias, um não está bem, e quem entra, entra bem, dá conta do recado. Não são três titulares absolutos – comentou Giuliano. 

Como perdeu o primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores, na Argentina, por 3 a 1, o Inter precisa vencer o Banfield por 2 a 0 ou por três gols de diferença na quinta-feira. Outra alternativa é devolver o placar da primeira partida e levar a decisão aos pênaltis.

 

 

Inter quer botar pavor no Grêmio com gol já no primeiro tempo

Colorado precisa de vitória por dois gols para levar decisão aos pênaltis ou ser campeão gaúcho no tempo normal

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Fabiano Eller durante treino do Inter

São necessários pelo menos dois gols para o Inter alimentar o sonho de ser tricampeão gaúcho. Se fizer 2 a 0 no Grêmio neste domingo, no Olímpico, o Colorado levará a decisão do título aos pênaltis. Caso queira matar o adversário no tempo normal, o time de Jorge Fossati precisa ganhar a partida por dois gols de diferença, a partir do 3 a 1. A ideia é agilizar o processo já no primeiro tempo, com um gol que possa assustar os tricolores. 

- Vamos tratar de fazer um gol no início. Aí bate o pavor – disse o presidente do Inter, Vitório Piffero. 

O Inter admite que a desvantagem de 2 a 0 nascida no primeiro jogo, no Beira-Rio, é grande. Mas o clube acredita na virada. Para Fabiano Eller, o gol cedo é fundamental. 

- Já saímos no prejuízo. No futebol, acontece muita coisa. Se conseguirmos fazer um gol, como ficará a cabeça do adversário, sabendo que precisamos de apenas mais um? Um gol muda muita coisa – afirmou ele. 

O Inter irá a campo sem cinco titulares: Guiñazu, suspenso, Sorondo, Andrezinho, D’Alessandro e Alecsandro, afastados em decorrência do cansaço originado pela sequência de jogos. O time colorado deve ir a campo com Abbondanzieri, Nei, Bolívar, Fabiano Eller e Kleber; Glaydson, Sandro, Giuliano e Thiago Humberto (Edu); Taison e Walter.


 

D’Ale, Andrezinho, Alecsandro e Sorondo sequer são relacionados para o Gre-Nal

Técnico Jorge Fossati deixa titulares importantes fora do clássico decisivo do Gauchão. Thiago Humberto deve ser titular

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D´Alessandro sequer foi relacionado por Fossati

A divulgação da lista de relacionados do Inter para o Gre-Nal de domingo confirmou a ausência de titulares importantes. O técnico Jorge Fossati, por ter o duelo com o Banfield na quinta-feira, deixou quatro titulares fora do clássico do Olímpico. O zagueiro Sorondo, os meias Andrezinho e D’Alessandro e o atacante Alecsandro sequer foram relacionados. Guiñazu, suspenso, também está fora. 

O time deve atuar no 4-4-2, até pela ausência de zagueiros – Índio, lesionado, também está fora. Sem D’Alessandro e Andrezinho, a tendência é de que Thiago Humberto comece o clássico. Taison é o provável companheiro de Walter no ataque. A zaga terá Bolívar e Fabiano Eller. O lateral-direito Nei, que vinha em sequência forte de jogos, foi relacionado e deve começar a partida. 

Assim, o Inter mais provável tem Abbondanzieri, Nei, Bolívar, Fabiano Eller e Kleber; Glaydson, Sandro, Giuliano e Thiago Humberto; Taison e Walter. Os demais relacionados são o goleiro Lauro, os laterais Bruno Silva e Arilton, os zagueiros Juan e Ronaldo, o volante Josimar, o meia Edu e os atacantes Leandro Damião e Kleber Pereira.

 

 

Fossati não teme o Olímpico e avisa: ‘Inter tem condições de ganhar lá’

Técnico diz que não entende por que o jogo na casa do rival deve ser considerado tão difícil. ‘É só a viagem de dez quadras’, brinca

O Olímpico não mete medo em Jorge Fossati. É na casa do rival, que ficou mais de 50 jogos invicto por lá, que o Inter decidirá o título do Campeonato Gaúcho neste domingo, às 16h. Com a desvantagem de 2 a 0 nascida no primeiro jogo, o Colorado terá que fazer dois gols de diferença no Grêmio, a partir do 3 a 1, para ficar com o título estadual. O treinador vermelho considera a missão plenamente possível. E não vê razão para temer o lar do oponente. 

- Eu nunca joguei Gre-Nal no Olímpico. Não imagino qual é a dificuldade maior de ganhar lá. É só a viagem até lá, de dez quadras. Já falei isso em outras oportunidades. O fato de nas arquibancadas ser mais a cor de um time do que do outro não muda nada. Quando o gramado tem boas condições, o campo é parecido um com o outro, quando começa o jogo, são 11 contra 11 – disse o técnico. 

 

 

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Treinador colorado confia em seu elenco e considera viável a virada sobre o Grêmio

Fossati disse que não viu grandes razões para o Grêmio ter vencido o primeiro jogo. Ele considerou anormal o resultado do duelo no Beira-Rio. 

- O que a gente vai tentar fazer é precisamente reverter, mudar uma situação que não foi normal aqui. Não foi normal. O Grêmio conseguiu nos ganhar inclusive sem ter grandes méritos. O controle de jogo foi, na maioria do tempo, do Inter. 

O técnico manifesta confiança na conquista do título. O raciocínio dele é simples: se o Grêmio venceu no Beira-Rio, o Inter pode vencer no Olímpico. 

- Claro que as possibilidades são melhores para o Grêmio, que tem dois gols na frente. Acho que, se a gente pensar para trás, nós todos concordamos que antes do jogo aqui, se alguém tivesse que escolher quem tinha melhores possibilidades, talvez teria respondido que era o Inter. E não foi isso. O futebol é tão bonito por isso – afirmou o treinador. 

- O Inter tem todas as condições de ganhar lá – completou ele. 

O Inter deixará jogadores fora do clássico. D’Alessandro e Alecsandro não começarão a partida. O mesmo deve acontecer com Sorondo. Guiñazu está suspenso. A ideia é preparar os atletas para o duelo com o Banfield, quinta-feira, no Beira-Rio, valendo vaga nas quartas de final da Libertadores da América.